A taquicardia apoderou-se de mim.
Hiperventilo no momento em que me apercebo que cordas me
revestem neste mastro.
Corpos de rostos vazios cercam o perímetro como se tivesse saída.
Começam a rir em soluços ininterruptos,
Ao mesmo tempo que as chamas principiam.
Sinto a carne a borbulhar e a dilacerar.
Estou em silêncio.
Porquê?
Porque não me soltam?
Qual a razão do riso?
A dor preenche-me e ultrapassou o suportável.
Mordo o interior da
boca freneticamente mas,
Não consigo emitir um som que seja.
Começo a ser cinza a partir da cintura
E os vultos apontam.
“ – Reparem o quão espontaneamente se apaga.”
Lavam-me o rosto os olhos que se vão dissolvendo.
É tarde de mais,
Limito-me a deixar que o fogo me consuma num pavio firme...
Desperto com tremores intermitentes e encharcado de suor,
Amanhã durmo.
Sem dúvida um dos textos que mais gostei de ler ultimamente, e também dos que tens escrito.
ResponderEliminarPelo facto que conseguiu fazer-me ter, como se costuma dizer, aquele "arrepio na espinha". Mas também porque no fundo todos nós nos relacionamos em alguma altura das nossas vidas com o que aqui falas, com o que mostras sentir.
A taquicardia, a dispneia, aquele aperto no peito... tudo isto sintomas dum pesadelo, ou como diziam à alguns séculos atrás, o 'mare', um demónio que aparecia de noite para assustar e atormentar as pessoas durante o sono. Só para mostrar mais uma vez, o quão impotente às vezes o Homem pode ser :)
Um abraço Pedro :)
Meu caro
Eliminarpeço desculpa, não o poder tratar como um mero leitor pois após tal comentário a vontade de abraçar quem seja é mais forte.
Para mim significou uma vida ter respondido e ter-se identificado com algo que escrevi. agradeço-lhe e peço desculpa por não me conseguir expressar correctamente
um abraço
do mundano pseudo-escritor
pedro
Não tem que pedir desculpa por absolutamente nada. aliás fico lisonjeado por tal comentário. E aceito de bom grado tal abraço.
EliminarContinua o óptimo trabalho, e sempre fiel a ti mesmo :)
Ficarei a espera do próximo.
um abraço :)