Obras de arte,
Resultado de pinceladas emaranhadas, criadoras de um quadro
inacabado,
A vida ocupar-se-á de o findar.
Sobrevalorizados ou desconhecidos,
Construímo-nos numa paleta de probabilidades infinitas,
Que nos leva ou à genialidade ou ao mimetismo.
Surreais, clássicos, cúbicos, abstratos, impressionistas
As pinceladas determinarão a obra-prima que se formará.
Como arte corremos o risco que ninguém nos compreenda,
Ou que a compreensão apenas surja post mortem.
Esperamos que pelo meio desta construção
Ninguém rasgue a tela
E nos destrua inacabados.
Habitamos neste museu movediço de experiências inevitáveis
Alvo de criticismo, julgamento e admiração talvez,
Esperando o olho que nos enaltece
E nos engrandeça perante os milhões de quadros por findar.
Hoje vestirei a moldura que me tornará comedido enquanto a grandiosidade
não chegar.
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