Pedras carregam todo o meu ser para o fundo deste mar.
Este mar, feito das lágrimas que outrora jorrava,
Irá secar.
Todo o peso que me afundava começou a levitar e sei que,
A compressão torácica deixará de existir
Até que consiga de novo respirar.
Hoje sou nada.
Mas dou por mim a questionar até quando?
Concluo que deixei de querer ser nada.
Quero passar a ser alguém,
E algum dia serei.
Perdão, eu já sou alguém,
Que se afirmará perante o mundo.
O mundo que quisera que desvanecesse
Mas que falhou redondamente.
Irei ser alguém, sim,
Digno de relevo,
Ou morrerei a tentar.
O que importa é eu saber que cá estou.
Restam os minutos por viver
E vivê-los-ei na certeza que sou quem os vive
A imagem ficar-me-á na memória,
Até que finde o que me sustem.
Ao menos o sossego percorre agora a minha alma.