Alguns definem a vida como sendo eterna e eu respondo: duas
certezas, e duas apenas: início e fim. Das cinzas renasce a fénix, todos nós
caímos no esquecimento inevitavelmente.
O que somos nós para além de um corpo?
Somos alma para quem a tem, somos marco para quem somos
suporte, talvez.
Continuamos a cair no esquecimento, tal como a força gravítica.
Podemos contraria-la sim, mas só depende de nós o prolongar a nossa existência
na memória dos efémeros. Não vale a pena seguir a manada social, só cega e
ensurdece e caso o façamos, o que somos nós para além de cópias?
Divago até que me doa este corpo que sustenta o pensamento
agitado, comprimido nesta caixa de ossos.
Sei que cairei no esquecimento, de nada grandioso tenho nem
digno de memória, sou mundano, contudo não me contento a ser somente corpo. Por
essa razão não me apoquenta desvanecer da história da humanidade tão célere
quanto surgi, Aceito essa verdade como aceito a segunda certeza que tenho.