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3.19.2014

Sentidos

Encontro-me coberto de um eterno manto negro,
Perdi a visão.
Guio as minhas passadas com palmos ponderados,
O negrume não me é estranho.
Do nada, uma voz começa a guiar-me ao seu encontro
É-me familiar.
A doce e suave voz que me arrepia,
O meu abrigo.
O vulto está próximo, consigo sentir o perfume denso a inebriar-me
E o ar quente que expira.
Aproximo-me o mais que posso sem tropeçar.
Sinto o toque,
Lamento a inutilidade dos meus olhos,
Deixo que as minhas mãos vejam por eles.
Começo a tocar o semblante na fronte delicadamente
E rapidamente desenho linhas mentais que contornam as suas formas.

Sei quem é,
Estou seguro.


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